Com o novo ciclo de financiamento europeu 2021-2027 em pleno andamento, é essencial que as empresas portuguesas estejam preparadas para aproveitar as oportunidades oferecidas pelos fundos europeus. O Portugal 2030, alinhado com as prioridades da União Europeia, disponibiliza cerca de 23 mil milhões de euros para apoiar projetos que promovam a competitividade, a inovação e a sustentabilidade
Para garantir uma candidatura bem-sucedida e uma execução eficaz dos projetos, apresentamos os 10 mandamentos atualizados para orientar as empresas neste processo:
1. A estratégia da empresa vem sempre primeiro
Antes de olhar para os fundos disponíveis, olhe para dentro. O primeiro passo é saber o que a empresa quer ser e alcançar nos próximos anos. Os incentivos públicos devem ser uma ferramenta para acelerar essa visão – nunca o ponto de partida. Um projeto só faz sentido se estiver verdadeiramente alinhado com os objetivos da organização. Quando se parte da estratégia e se molda o projeto com coerência, aumentam as hipóteses de aprovação e, sobretudo, de impacto real.
2. Um bom plano de ação vale ouro
A execução é tão importante como a ideia. Muitas candidaturas falham não por falta de mérito, mas por falta de estrutura. Um bom plano de ação detalha as etapas necessárias para atingir os objetivos, define responsáveis e prazos, e antecipa desafios. Quanto mais sólida for a preparação, mais confiança transmite à entidade avaliadora – e maior será a probabilidade de sucesso.
3. Quem não orçamenta, arrisca-se a derrapar
Uma candidatura sólida exige um orçamento bem pensado. É fundamental reunir propostas concretas de fornecedores e estimar custos com realismo. Orçamentar a pensar apenas no valor máximo de apoio disponível pode comprometer a sustentabilidade do projeto. Mais vale uma candidatura ajustada do que uma ambiciosa mas insustentável.
4. Nem todos os programas servem todos os projetos
Conhecer o ecossistema dos fundos europeus é meio caminho andado. Há programas com foco em inovação, outros em internacionalização, eficiência energética ou capacitação de recursos humanos. Cada aviso tem regras específicas e critérios de elegibilidade distintos. Investigue, compare e escolha o enquadramento certo. Submeter uma candidatura no programa errado é perder tempo e energia.
5. Os concursos abrem… e fecham!
Os avisos de concurso têm prazos definidos e, por vezes, curtos. Estar atento ao calendário dos programas e avisos abertos é essencial. Use alertas, consulte regularmente os sites oficiais (Portugal 2030, Compete 2030, PRR, etc.) e planeie com antecedência. Deixar tudo para o último minuto é o maior inimigo da qualidade de uma candidatura.
6. Candidaturas que contam histórias reais
Uma candidatura bem-sucedida é mais do que um formulário bem preenchido. É uma narrativa convincente sobre como o projeto contribui para os objetivos do programa, gera impacto económico e social, e é executável no terreno. Use dados, indicadores e objetivos mensuráveis. Mostre que há uma equipa capaz, uma ideia clara e um caminho traçado.
7. Legalidade e regularidade: condição essencial
Parece óbvio, mas muitas candidaturas são excluídas por incumprimentos legais, fiscais ou contributivos. Verifique se a empresa está regularizada junto da Autoridade Tributária, Segurança Social e outras entidades. Tenha a documentação atualizada. A conformidade é obrigatória não só para a candidatura, mas ao longo de todo o projeto.
8. Gestão de projeto é mais do que executar tarefas
Aprovado o projeto, começa uma nova fase: a execução. Sem uma boa gestão, um bom projeto pode falhar. Monitorizar prazos, controlar custos, garantir entregas e manter boa comunicação com os stakeholders e entidades financiadoras são responsabilidades críticas. A nomeação de um gestor de projeto dedicado faz toda a diferença.
9. Avaliar é aprender
Acompanhar o progresso e avaliar o impacto permite ajustar o projeto em tempo real e melhorar resultados. Esta prática não só beneficia a empresa como é valorizada pelos financiadores. Registe evidências, recolha feedback e não tenha medo de corrigir o rumo. A flexibilidade inteligente é sinal de maturidade.
10. Partilhar o que resulta inspira confiança
A comunicação dos resultados e boas práticas deve ser integrada no ciclo de vida do projeto. Demonstre o que foi alcançado – não apenas por obrigação, mas como forma de reforçar a reputação da organização. Os projetos apoiados com fundos públicos devem ter impacto público. Partilhe conquistas com clientes, parceiros e comunidade. Dá credibilidade à empresa e inspira outras a seguir o exemplo.