Inteligência Artificial – impulso real para as PME Portuguesas

15 de Julho de 2025

A Inteligência Artificial (IA) está a atravessar uma fase crítica de massificação e integração real nas empresas portuguesas. Depois de anos a ser percecionada como uma tecnologia emergente e complexa, a IA começa a afirmar-se como uma alavanca concreta de desenvolvimento e inovação em todos os setores da economia.

A inteligência artificial representa uma oportunidade única para a transformação digital e crescimento das pequenas e médias empresas (PMEs). Num mundo cada vez mais competitivo, as PMEs precisam de ferramentas que as ajudem a competir com grandes organizações, e a IA é uma forte aliada nesse cenário.

 

O crescimento da inteligência artificial

A inteligência artificial está a transformar todos os setores da economia global. Nos últimos anos, temos assistido a um crescimento significativo na adoção de tecnologias baseadas em IA, impulsionado pela maior acessibilidade das ferramentas de IA, pela redução dos custos de implementação e pelo reconhecimento crescente do valor que estas tecnologias podem trazer para os negócios.

Segundo o Relatório de Tecnologia e Inovação 2025 da UNCTAD (ONU Comércio e Desenvolvimento), estima-se que o mercado global da inteligência artificial possa atingir os 4,8 biliões de dólares até 2033 — um crescimento 25 vezes superior ao registado em 2023. Um número pouco palpável, mas que ilustra o que diversos estudos apontam: a IA ainda está no início e continuará a crescer como nenhuma outra tecnologia durante a próxima década.

Segundo dados do Eurostat, em 2024, 8% das empresas portuguesas utilizavam tecnologias de IA — mais 1 ponto percentual do que em 2023. No entanto, a disparidade entre grandes empresas e PMEs é evidente. As grandes empresas portuguesas têm estado ativas nesta área, ultrapassando mesmo a média europeia. As PMEs, por outro lado, têm ainda muito caminho a percorrer e não acompanharam a tendência de crescimento registada a nível europeu em 2024.

 

Fonte: Eurostat database – Artificial intelligence by size class of enterprise [isoc_eb_ai] (empresas que utilizam pelo menos uma tecnologia de IA. Empresas com 10 ou mais empregados; exclui setor financeiro, agricultura, pesca e mineração

 

Segundo um outro estudo, da Strand Partners, encomendado pela Amazon Web Services, revela que 77% das empresas que adotaram IA registaram melhorias significativas na produtividade. Destacam-se benefícios como: análise de dados simplificada (66%), melhoria no serviço ao cliente (53%) e automatização de tarefas rotineiras (54%). Além disso, 94% das empresas portuguesas reportaram aumentos de receita — em média 30% — após adotarem soluções de IA.

 

Para que serve a IA e em que pode ajudar o negócio: exemplos por setor

A grande força da inteligência artificial é a sua versatilidade. De seguida alguns exemplos de aplicação da IA em diversos setores.

Indústria

• Manutenção preditiva: sensores e IA monitorizam equipamentos e antecipam falhas.
• Controlo de qualidade automatizado: algoritmos analisam imagens em tempo real para detetar defeitos.
• Otimização de processos: Análise de eficiência e identificação de gargalos produtivos.

Retalho e comércio

• Campanhas de marketing personalizadas: análise de comportamento de compra para recomendações e ajustes de preços.
• Gestão de stocks: previsão da procura com base em dados históricos e tendências sazonais.
• Preços dinâmicos: ajuste automático de preços com base na procura e concorrência.

Serviços

• Atendimento ao cliente: assistentes virtuais e chatbots automatizam respostas e libertam as equipas de tarefas repetitivas.
• Gestão documental: extração e organização automática de dados.
• Automação de tarefas administrativas: libertação de recursos humanos.

Agricultura

• Otimização de culturas IA com drones e sensores para monitorização e prevenção de pragas.
• Uso eficiente de recursos: previsão precisa de necessidades de rega e fertilização, reduzindo desperdícios.

Saúde

• Apoio ao diagnóstico: algoritmos analisam exames clínicos e ajudam na triagem de doentes.
• Desenvolvimento de fármacos: modelos de IA aceleram a descoberta de moléculas com potencial terapêutico.
• Gestão de pacientes: sistemas de agendamento inteligente e acompanhamento personalizado.

Administração pública

• Automatização de processos administrativos: libertação de recursos para tarefas mais estratégicas.

Educação

• Ferramentas de apoio a professores e alunos: desde a criação de conteúdos personalizados até à análise de desempenho académico.

Serviços Financeiros:

• Análise de crédito: Algoritmos de machine learning avaliam riscos de forma mais precisa e rápida.
• Deteção de fraudes: Sistemas que identificam padrões suspeitos em transações.
• Consultoria financeira automatizada: Chatbots especializados que fornecem aconselhamento financeiro básico 24/7.

 

Enquadramento favorável e apoios financeiros para a adoção de IA

O investimento em inteligência artificial (IA) tornou-se uma prioridade estratégica para Portugal, com o objetivo de impulsionar a competitividade, a inovação e a transição digital das empresas nacionais.

A Agenda Nacional de Inteligência Artificial, apresentada em 2025, organiza-se em três eixos: Talento, Inovação e Investigação, e Infraestrutura. Entre as medidas destacam-se:

  • Desenvolvimento do modelo de linguagem AMALIA (português europeu);
  • Criação da Fábrica de IA;
  • Investimento em capacidade computacional dedicada.

Portugal acompanha também o AI Act europeu, promovendo o uso ético, transparente e responsável da IA.

Apesar das suas potencialidades, muitos projetos com IA esbarram em limitações de financiamento e planeamento estratégico. É aqui que os apoios públicos disponíveis podem fazer a diferença entre uma ideia e uma inovação implementada. Existem diversas opções de financiamento para projetos de IA disponíveis para empresas portuguesas:

  • O quadro Portugal 2030 — que mobiliza mais de 23 mil milhões de euros até 2027 — oferece vários instrumentos relevantes para a adoção de IA, com linhas de apoio à Inovação Produtiva e à I&D Empresarial. Estes incentivos destinam-se a empresas que pretendam introduzir novos produtos ou serviços com base tecnológica, modernizar processos produtivos ou desenvolver soluções próprias baseadas em IA.
  • O PRR – Plano de Recuperação e Resiliência também inclui instrumentos específicos para acelerar a transição digital, com destaque para os vouchers para startups digitais e verdes, e para os apoios a consórcios que integrem empresas, universidades e centros de interface tecnológica. Existem ainda linhas de financiamento dirigidas à qualificação de recursos humanos, essenciais para suprir o défice de formação em IA.
  • Instrumento Financeiro para a Inovação e Competitividade: Gerido pelo Banco Português de Fomento, conta com uma dotação inicial de 315 milhões de euros e inclui uma linha específica para “Inteligência Artificial nas PME”.

 

Além destes programas, as empresas podem recorrer a benefícios fiscais como o SIFIDE (Sistema de Incentivos Fiscais à I&D Empresarial), que permite deduzir até 82,5% das despesas com inovação tecnológica ao IRC, tornando-se uma ferramenta complementar altamente eficaz.

 

Como a Multisector pode ajudar

A Multisector acompanha de perto a evolução da IA e está preparada para apoiar organizações na definição e execução de projetos estratégicos.

A  Multisector tem apoiado diversos projetos de inteligência artificial contribuindo para as ideias, escolha de parceiros tecnológicos, e submissão e obtenção de apoios financeiro com sucesso. Durante a execução dos projetos, a Multisector assume a responsabilidade pela gestão técnica, assegurando o alinhamento entre os objetivos definidos, o cumprimento dos prazos e a qualidade dos resultados.

Exemplos de projetos acompanhados pela Multisector:

  • Apoio ao diagnóstico através da análise de imagens médicas
  • Gestão de atividade e manutenção preventiva no setor da produção de gás natural
  • Plataforma digital de interpretação de Língua Gestual Portuguesa

 

Com experiência no apoio à gestão de projetos de inovação e à candidatura a incentivos públicos, atuamos em três frentes principais:

Diagnóstico e planeamento

  • Identificação de áreas com maior potencial de impacto da IA.
  • Definição de casos de uso concretos e criação de um roadmap de implementação
  • Avaliação da viabilidade e retorno do investimento.

Acesso a financiamento

  • Apoio na seleção dos programas mais adequados.
  • Preparação técnica e estratégica da proposta de candidatura.
  • Gestão de todo o processo de financiamento e reporte.

Implementação e acompanhamento

  • Ligação com parceiros tecnológicos.
  • Acompanhamento da execução do projeto.
  • Monitorização de resultados e apoio à continuidade do projeto.

 

A nossa abordagem é adaptada à realidade de cada empresa, assegurando soluções úteis, relevantes e com impacto concreto.

 

Conclusão

A IA representa uma oportunidade concreta para as PME portuguesas inovarem, crescerem e competirem. Os dados são claros: empresas que adotam IA aumentam receitas, melhoram processos e ganham vantagem competitiva. Com os apoios certos e o parceiro certo, este salto está ao alcance de muitas organizações.

Na Multisector, acreditamos que a IA deve ser útil, estratégica e ajustada à realidade de cada empresa. Não é preciso esperar por “condições ideais” — o momento certo para começar é agora.

Se está a ponderar adotar IA na sua empresa ou quer saber como beneficiar dos apoios disponíveis, fale connosco. Estamos prontos para transformar inovação em resultados.

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