Transferência de Tecnologia
A verdadeira inovação é aquela que chega ao mercado
Mas para uma PME é difícil inovar quando não possui recursos e/ou competências para Investigação e Desenvolvimento.
Em Portugal existem infraestruturas-ninhos que albergam cerca de 22 mil das melhores mentes nacionais e internacionais. Nos últimos anos, a equipa da Multisector tem estado envolvida com algumas destas entidades.
Estes ninhos com tecnologia de ponta e investigadores prodígios fervilham de ideias que literalmente podem mudar o mundo. São muitos milhões de euros em fundos europeus que financiam este desenvolvimento de projetos de várias naturezas e que visam a sua exploração económica junto das empresas.
A este processo, chamamos de Transferência de Tecnologia mas as práticas existentes não são tão lineares quanto a teoria.
Muitos projetos fantásticos foram parar à gaveta depois de terminar o financiamento, isto porque, grande parte dos centros de investigação funciona por ciclos, ou seja, desenvolvem projetos com afinco durante a fase de financiamento, quando esta termina, passam para o próximo projeto aprovado para assegurar a subsistência.
Como consequência temos investigadores e cientistas embrenhados nos laboratórios com ideias revolucionárias, empenhando-se em atingir a excelência nas suas áreas de interesse, deixando do outro lado da porta as necessidades do mercado e da sociedade.
Esta realidade significa que além de milhões de euros de financiamento de fundos europeus irem parar às gavetas, temos um tecido empresarial composto por PME sem capacidades de I&D que se debatem para manter a sua competitividade enquanto existem ideias, tecnologias e produtos milionários literalmente à espera de ir para o mercado.
Esta lacuna entre o I&D e o tecido empresarial é partilhada a nível europeu.
Menos de 5% dos resultados de I&D chegam ao mercado de forma viável
Se pelo lado científico, a União Europeia está na frente da Investigação & Desenvolvimento de qualidade, pelo lado da Transferência de Tecnologia para o mercado fica aquém.
O resultado é um atraso do tecido empresarial no qual as empresas, para manterem a sua competitividade, são obrigadas a importar tecnologias sem saber que muitas vezes essas tecnologias já tinham sido desenvolvidas localmente, mas ficaram na gaveta depois da fase de financiamento público.
Grande parte dos projetos tecnológicos e científicos não sobrevive após a prova de conceito, não conseguem avançar com a sua exploração no mercado e nem amortizar o investimento realizado.
o processo de transferência de tecnologia não é linear mas sim um ciclo de cocriação de valor que envolve de igual para igual, empresas e centros de investigação muitas vezes apoiados por consultoras ou entidades de incubação que permitam impulsionar o desenvolvimento e marketing de produto alicerçado em estudos de mercado e na criação dos melhores modelos de negócio.