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APOIO À DESCARBONIZAÇÃO DA INDÚSTRIA

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PLANO DE RECUPERAÇÃO E RESILIÊNCIA | AVISO N.º 02/C11-I01/2022 | APOIO À DESCARBONIZAÇÃO DA INDÚSTRIA

O apoio à Descarbonização da Indústria tem por objetivo a neutralidade carbónica, promovendo a transição energética por via da eficiência energética, do apoio às energias renováveis, da introdução de novas tecnologias ou processos de produção mais sustentáveis e energeticamente mais eficientes, incluindo opções de circularidade.

 

O concurso para apresentação de candidaturas está aberto até 29 de abril, para todo o território nacional e dispõe de uma dotação global de  705 milhões.

 

O que deve saber para poder candidatar o seu projeto:

ENQUADRAMENTO DOS PROJETOS NUM DOS 5 DOMÍNIOS

1.
Eficiência energética e projetos de demonstração nas PME ou grandes empresas e medidas de apoio que cumprem os critérios de eficiência energética

2.
Processos de investigação e de inovação, transferência de tecnologias e cooperação entre empresas, incidindo na economia hipocarbónica, na resiliência e na adaptação às alterações climáticas

3.
Energia renovável: solar

4.
Outras energias renováveis (incluindo a energia geotérmica)

5.
Sistemas energéticos inteligentes (incluindo as redes inteligentes e sistemas de TIC) e respetivo armazenamento

TIPOLOGIA DE PROJETOS 

1.
Processos e tecnologias de baixo carbono na indústria 
que promovam a introdução de novos processos, produtos e modelos de negócio inovadores ou a alteração de processos, visando a descarbonização e digitalização

2.
Adoção de medidas de eficiência energética na indústria 
para otimizar o consumo de energia e diminuir a emissão de gases, aproveitando o potencial da digitalização e a automação

3.
Incorporação de energia de fonte renovável e armazenamento de energia

BENEFICIÁRIOS


Empresas do setor da indústria, categorias B – Indústrias extractivas e C – Indústrias transformadoras (CAE 10 a 33)
, bem como as entidades gestoras de parques industriais;


Os projetos podem ser apresentados na modalidade individual ou em consórcio.

CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE


Apresentar uma avaliação ex-ante 
por uma entidade independente a apresentar pelos Beneficiários, que identifique o valor de emissões inicial e fundamente a redução média de emissões diretas e indiretas de gases com efeito de estufa das instalações industriais apoiadas;


Contribuir para uma redução média de, pelo menos, 30% das emissões diretas e indiretas de GEE nas instalações industriais apoiadas, para os projetos que se enquadram no domínio de intervenção «Eficiência energética e projetos de demonstração nas PME ou grandes empresas e medidas de apoio que cumprem os critérios de eficiência energética»;


Os projetos poderão incluir investimentos de economia circular na indústria;


Dispor em sede de execução, dos licenciamentos e autorizações prévias à execução dos investimentos;


Apresentar memória descritiva da operação
, com o enquadramento, definição dos objetivos e descrição do projeto, incluindo a caracterização técnica dos processos e tecnologias e uma fundamentação dos custos de investimento e do calendário de realização física e financeira;


Incluir indicadores que permitam avaliar o contributo da operação para os respetivos objetivos
, bem como monitorizar o grau de execução da operação e o cumprimento dos resultados previstos;


Assegurar o cumprimento da legislação ambiental aplicável 
a nível da UE e nacional;


Demonstrar a sustentabilidade económica da operação após realização do investimento.

FINANCIAMENTO


Os apoios traduzem-se em subsídios não reembolsáveis;


As taxas máximas de apoio são determinadas em função da tipologia de auxílio aplicável, de acordo com o disposto no RGIC (Regulamento Geral de Isenção por Categoria). Para outros custos não financiados no âmbito das categorias de auxílios do RGIC, poderá aplicar-se o regime de auxílios de minimis;


Compilação dos apoios, nas diversas tipologias do RGIC. Nas colunas assinaladas a azul-esverdeado apresenta-se o apoio a Empresas  (médias e Grandes) das Regiões Norte, Centro e Alentejo.

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DURAÇÃO DOS PROJETOS


Os projetos apoiados devem ter início no prazo de seis meses após a sua aprovação e possuir uma duração máxima de 24 meses a partir da mesma data

ELEGIBILIDADE DAS DESPESAS


As despesas podem ser apresentadas até dezembro de 2025

A descarbonização contribuirá para um mundo melhor!

Contribuir para um mundo melhor está no ADN da Multisector!

Para mais esclarecimentos contacte-nos!

A SUA EMPRESA TEM PRODUTOS PRÓPRIOS (INCLUINDO SOFTWARE)?

Então, o tema “patent box”  é muitíssimo importante…

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O regime Patent Box é um benefício fiscal tendo por objetivo estimular a inovação tecnológica e científica, premiando os investimentos que promovam a I&D&I (Investigação, Desenvolvimento & Inovação) e a criação de hábitos de proteção da Propriedade Industrial.

Aplica-se sob a forma de dedução à matéria coletável, que premeia a cedência a terceiros de inovação formalizada e registada numa destas 3 formas:

Patentes;
Desenhos ou Modelos Industriais;
Direitos de Autor (sobre Programas de Computador).

É concedido na forma de redução em 50% dos rendimentos obtidos por contratos que tenham por objeto a cessão ou a utilização temporária da Propriedade Industrial das empresas, para efeitos de tributação, depois de aplicados determinados limites e verificadas determinadas condições. Vide, exemplo de cálculo da Patent Box:

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O cálculo do Rendimento Líquido Tributável, obtêm-se subtraindo aos rendimentos do ano, a soma do valor acumulado negativo dos anos anteriores. Quando este valor for positivo aplicar-se-á o limite imposto pela fórmula da Patent Box (DQ/DT x RT x 50%).

 

A tabela abaixo, apresenta o impacto (redução do IRC) a pagar, em cada Exercício.

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Com a utilização da Patent Box, a empresa obtêm uma poupança acumulada, no período de 39 K€, ou seja,  uma redução de 43,3%.

Acresce referir, que a Patent Box é acumulável com outros benefícios fiscais, nomeadamente SIFIDE II. O regime da Patent Box está regulamentado no Art.º 50-A CIRC (cálculo do Benefício fiscal).

Para conhecer detalhes sobre a Patent Box e como utilizá-lo na sua Empresa, não hesite em contactar-nos.

 

Pedro Alves
Gestão Empresarial

FINALMENTE TEMOS PT2030! CONSULTA PÚBLICA TERMINOU

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Com grande atraso e depois de um ano de incertezas, a “Estratégia Portugal 2030” foi aprovada na reunião do Conselho de Ministros de 29 de outubro e, desde 15 de novembro, encontrava-se em consulta pública. O prazo para a participação terminou a 30 de novembro, sendo que qualquer cidadão pôde submeter os seus contributos, sobre os vários temas e políticas que integram o Acordo de Parceria e os seus Programas. Com os resultados do processo de consulta pública e da audição de outros parceiros relevantes e do trabalho de interação com os serviços da Comissão Europeia, será elaborada, a versão final do Acordo de Parceria – Portugal 2030, que deverá ser aprovado pela Comissão Europeia em Janeiro de 2022. No melhor cenário, as empresas já poderão começar a apresentar candidaturas em Março-Abril do próximo ano.

Apesar do atraso, as boas notícias são que os investimentos a apoiar no âmbito do novo Quadro Comunitário de apoio terão retroatividade a janeiro de 2021. A retroatividade na realização de investimento é muito interessante pois possibilita que uma candidatura a submeter em março ou abril de 2022, possa incluir despesas realizadas desde 1 de janeiro de 2021. Esta questão assume ainda maior relevância para as empresas que afetam recursos humanos em exclusividade à atividade de Investigação e Desenvolvimento e que norteiam as suas atividades de I&D no âmbito de um roadmap tecnológico de médio-longo prazo. Significa que essas empresas podem imputar a projetos as despesas da sua equipa de I&D desde o início de 2021, o que representa até 16 meses de vencimentos financiados.

Mas as boas notícias não ficam por aqui! Também a tipologia de projetos a apoiar será semelhante ao Portugal 2020, com apoios a incidirem sobre o investimento produtivo, a investigação e desenvolvimento tecnológico e a qualificação e internacionalização das empresas. Assim, conhecendo-se já as prioridades temáticas da Estratégia Portugal 2030 e a tipologia de projetos a apoiar, é possível começar a preparar as candidaturas mesmo antes da abertura dos avisos de concurso e imputar despesas já realizadas!

Ainda assim, nunca é demais recordar que os sistemas de incentivos são um meio (fazer o investimento porque faz sentido para executar a estratégia empresarial definida, aproveitando racionalmente as fontes de financiamento favoráveis dos programas de apoio) e não um fim (fazer investimento para obter os fundos). Por isso, para os empresários que querem aproveitar os novos fundos comunitários para desenvolver ou criar os seus negócios, alertamos para a importância de terem uma estratégia bem definida (onde quero chegar?) assente num plano de ação (o que fazer?). O planeamento dos investimentos e o recurso à ajuda de consultores externos melhor informados acerca dos sistemas de incentivo são uma mais-valia na hora de submeter uma candidatura.

Importa salientar, ainda, que a Estratégia Portugal 2030 que consubstancia a visão do governo para a próxima década está centrada no objetivo de recuperar a economia e proteger o emprego, e está estruturada em quatro Agendas Temáticas:

Agenda 1As pessoas primeiro: um melhor equilíbrio demográfico, maior inclusão, menos desigualdade
Agenda 2Digitalização, Inovação e Qualificações como motores de desenvolvimento
Agenda 3Transição climática e sustentabilidade dos recursos
Agenda 4Um país competitivo externamente e coeso internamente

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Já a arquitetura do novo quadro comunitário – Portugal 2030 – está desenhada em torno de quatro Programas Operacionais Temáticos:

Inovação e transição digital
Transição climática e sustentabilidade de recursos
Demografia e inclusão
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Continuam a existir os cinco Programas Operacionais Regionais do Continente e mais dois das Regiões Autónomas, a que acresce um Programa Operacional de Assistência Técnica que serve para financiar a própria máquina dos fundos.

 

É, portanto, tempo de investir no futuro. Já sabe onde quer investir? Nós ajudamos.

 

Fale connosco!

Cláudia Martins
Gestão de Projetos

PROMOVER O EMPREENDEDORISMO, A QUALIDADE E A LOGÍSTICA NUMA REGIÃO ESTRATÉGICA

O mês de novembro foi marcado por dois eventos realizados na Escola Superior de Ciências Empresariais (ESCE). A escola foi palco de uma sessão denominada “Empreendedorismo e Qualidade” no dia 17 e de um Focus Group de “Distribuição & Logística” no dia 24.

No seguimento do ambicioso projeto Alto Minho 4.0 com o objetivo de qualificar e digitalizar PME do Alto Minho, vários webinars e workshops têm vindo a ser dinamizados, totalizando mais de 1000 participantes provenientes de vários sectores de atividade.

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A primeira sessão, pela sua proximidade com o fim deste projeto, contou com a presença de Luís Ceia, Presidente da CEVAL, Ana Paula Xavier, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Valença, Cristina Vaz, Responsável pela Fábrica do Empreendedor de Valença, João Carlos Soares, Diretor de Estratégia e Operações na Multisector Innovation Consulting e Hugo Miguel, Diretor Comercial, Consultor e Formador na Vexillum – Qualidade e Gestão Empresarial.

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Para a segunda iniciativa foram convidados em representação do tecido empresarial da região do Alto Minho, a TINTEX, o Grupo Antolin, Transcoura, Transneiva e StarLogística.

Este Focus Group teve como objetivo recolher informação sobre o estado da Distribuição & Logística na região do Alto Minho sob a perspetiva de empresas industriais e das empresas de transportes e serviços de apoio à Distribuição & Logística. A mediação esteve a cargo da Multisector com o apoio do corpo docente da escola de Distribuição e Logística, Ângela Silva, Wellington Alves e Jorge Esparteiro Garcia.

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Entre a audiência estavam discentes da licenciatura de Logística, assim como empresas da região com preocupações com os desafios enfrentados e a enfrentar neste âmbito.

A sessão foi muito produtiva na caraterização atual do estado da região do Alto Minho, e permitirá uma atuação mais incisiva nas lacunas existentes e determinantes para alavancar a potencialidade desta região cuja localização é estratégica a nível nacional, sendo uma porta de entrada e saída entre a Galiza e Portugal.

O projeto Alto Minho 4.0 termina já no dia 3 de Fevereiro, mas ainda há possibilidades de beneficiar dos 50% de reembolso de fundo perdido. Se tem empresa no Alto Minho entre em contacto connosco e descubra como beneficiar.

Edite Rodrigues
Estratégia & Desenvolvimento

MULTISECTOR NA EXPO 2020 DUBAI

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Prevista para 2020 a grande exposição mundial abriu as portas em Outubro de 2021 depois de ter sido adiada devido à pandemia.

 

Como um oásis no deserto, o recinto em forma de flor está dividido em áreas que convidam o visitante a refletir sobre os temas oportunidade, mobilidade e sustentabilidade.

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A água é um dos principais elementos chave na maioria dos pavilhões. Entre cascatas inteligentes, espelhos d’ água, chafarizes e mais cascatas artificiais são muitas as oportunidades para reflectir sobre o desperdício deste bem essencial que nos ajudou a manter mais frescos num dia quente típico da região.

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Pelas avenidas do recinto cruzamo-nos com uma das atrações, os robôs de aspecto futurista que deambulam pelo recinto sem um propósito muito claro para o visitante.

A arquitetura dos pavilhões parece ser um dos pontos fortes da exposição, desde os mais coloridos aos mais enigmáticos, são muitos os pavilhões que convidam a mais uma foto. Já o conteúdo dos mesmos nem sempre nos deixou inspirados. O tema recorrente da sustentabilidade poucas vezes nos deu a conhecer de que forma este tema era levado a sério pelo país em questão. A repetida aposta em fechar um grupo de pessoas de pé numa sala para assistir a uma projecção pareceu-me ser ultrapassada e desligada da atual sociedade, rapidamente a atenção do visitante se desloca para a boa qualidade do Wi-Fi que permite utilizar o browser dos telemóveis em qualquer ponto do recinto.

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O pavilhão de Portugal não foge a esta fórmula, mas moderado na apresentação de um mundo dentro de um país. Com linhas retas contrasta com as formas curvilíneas dos pavilhões mais exuberantes, discreto mas dentro dos pavilhões com maior destaque, remete invariavelmente para o tema dos oceanos ao se inspirar numa interpretação de uma caravela. Destaca-se a grande parede de projecção que, de forma inteligente, comunica continuamente com o visitante que está no exterior.

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São muitos os pavilhões que convidam a uma visita e pouco o tempo disponível num só dia para os visitar a todos, mas a fluidez das entradas na maioria dos pavilhões permite dar a volta ao mundo em poucas horas.

 

O recinto é um espaço organizado, limpo e agradável, mas não isento de algumas falhas. O ambiente multicultural não diverge muito do que se pode encontrar nas zonas mais visitadas do Dubai, desde as omnipresente túnicas monocromáticas da população local, passando pelos estilos mais coloridos das nações banhada pelo índico até às vulgares roupas ocidentais.

Se há algo que não deixa dúvidas é que os EAU querem mostrar que são capazes de organizar um evento desta dimensão.

 

As várias avenidas que ligam os pavilhões são agradáveis e provas de um bom gosto particular, as formas, as cores e as luzes do recinto remetem para um imaginário particular e mesmo a vegetação nos faz esquecer que estamos no deserto.

 

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Talvez não tenha estado tempo suficiente no evento para me sentir conectado com outras mentes como é mote da exposição, mas a exposição tem muito para oferecer haja tempo e oportunidade para a visitar.

Pedro Reis
Consultor de I&D

TRABALHAR MENOS, PRODUZIR MAIS

A equação pode parecer errada, mas vários estudos têm provado que são os países onde a carga horária é mais baixa que apresentam índices de produtividade superiores. Mas como se explica que trabalhar menos horas pode ser sinónimo de produzir mais? A resposta é simples: um trabalhador será, tão ou mais eficiente, se estiver feliz, ou seja, se estiver motivado. Para estar motivado é necessário gostar do que faz e conseguir gerir bem o seu tempo de trabalho com a sua vida pessoal. Os estudos indicam que ser mais produtivo, está diretamente relacionado com foco, com a melhor utilização de recursos, com liberdade e, sobretudo, com muito sentido de responsabilidade. Quem ganha? Todos! As empresas e os trabalhadores.

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É aqui que temos que esquecer o padrão! Não temos de ser todos iguais! Temos, isso sim, de apresentar resultados, agir para criar fatores de diferenciação e ser responsáveis. E eis a palavra de ordem: responsabilidade. Com esta máxima, no futuro, o mundo do trabalho estará assente em prazos de entrega e não em horários fixos e rigidamente vigiados. O que importa é: se o trabalho tem que ser feito, tem mesmo de ser feito.

Vejamos os bons exemplos. Quando tomamos contacto direto com as realidades de outros países do espaço europeu, percebemos, que por Copenhaga, e Berlim e outras cidades existe vida e movimento nas cidades a partir das 4 horas da tarde, o que nos leva a pensar, e bem, que o trabalho já está feito e que é tempo de lazer. Portanto, rigor não rima com obrigação, ser mais produtivo não vem com imposição e a qualidade do trabalho produzido não depende do local em que é feito.

É por isso que, de acordo com um relatório da Robert Walters intitulado “The Future of Work after COVID-19”, 47% dos trabalhadores portugueses são mais produtivos no teletrabalho e 76% estão satisfeitos com a transição para empregos remotos decorrente da pandemia. Na verdade, apenas 7% desejam voltar ao escritório em tempo integral. O mesmo estudo concluiu que de acordo com 32% dos entrevistados na Europa, o número ideal de dias para se trabalhar no escritório é de apenas dois. Os motivos apontados são poder realizar reuniões presenciais (52%), maior foco no bem-estar (35%), trabalho mais colaborativo (33%) e maior interação social com os colegas (32%). Já 22% dos entrevistados preferem não ir ao escritório e manter-se 100% em teletrabalho e 32% rejeitariam uma oferta de emprego, caso tivessem de trabalhar mais de 80% da semana presencialmente no escritório. As deslocações (80%), o horário flexível (68%) e um melhor balanço entre vida pessoal e profissional (63%) são os principais motivos indicados pelos profissionais para a preferência pelo teletrabalho. A produtividade também é apontada como uma das principais mais-valias do trabalho não presencial, já que 60% dos profissionais inquiridos afirmou que foram mais produtivos a trabalhar em casa do que no escritório e o principal motivo é a distração que o ambiente de escritório pode trazer (67%).

Também o fenómeno da “sexta à tarde” ou a “semana de quatro dias” ganha adeptos, obviamente, entre os trabalhadores mas também entre os agentes económicos, com muitas empresas a darem passos firmes em matéria de flexibilização. É certo que ainda há um caminho longo a percorrer, mas o mercado está a borbulhar em nome de mais equilíbrio com a vida pessoal.

As transformações já se vivem em Portugal com a publicação do Livro Verde sobre o Futuro do trabalho e a reforma na lei laboral dá também sinais de futuro. O livro aborda o direito à desconexão do trabalhador em teletrabalho, a questão da flexibilidade, dos nómadas digitais, a conciliação entre a vida pessoal e profissional, o incentivo à partilha das licenças parentais.

A eventual redução do período normal de trabalho também entra nessas guidelines já que os testes no estrangeiro resultaram em ganhos de produtividade.

Se o aumento da qualidade de vida está no centro destas novas tendências do mundo do trabalho, a qualidade da nossa casa comum – o planeta Terra – não pode ser esquecida. E o fim da obrigatoriedade do teletrabalho, apontado por vários especialistas como precoce, está a contribuir para o aumento da poluição para níveis superiores ao pré pandemia. Nas grandes cidades, o pára-arranca, voltou. Voltaram as filas intermináveis e o trânsito significa ruído, poluição do ar, baixa a produtividade, aumentam os gastos para as famílias, diminui a utilização dos transportes públicos, aumentam os níveis de stress. No final, todos perdem. Perde o ambiente que dá sinais todos os dias dos danos cada vez mais irreversíveis, perdem as empresas com atrasos e baixa de produtividade e perdem os colaboradores porque têm mais custos e menores níveis de motivação.

Mas será que em Portugal as empresas estão preparadas para estas mudanças? Vai depender caso a caso, já que os modelos alternativos são impossíveis de generalizar. E vai depender muito da negociação com os parceiros sociais.

Certo é que trabalhar a partir de qualquer parte do mundo, ir ao escritório sem controlo de horários, ter a sexta à tarde livre, alternar entre teletrabalho e trabalho no escritório ou alterar a semana de trabalho para apenas quatro dias ganha força, sobretudo, em profissões ligadas às tecnologias de informação e as vantagens estão à vista! A mudança não é, portanto, irrealista!

Dá que pensar.

Cláudia Martins
Gestão de Projetos

OPORTUNIDADES DE UMA VIDA

Empresas vão receber 12,2 mil milhões do PRR e Portugal 2030

Organizada pela CONFMINHO – e claro, com a participação próxima da Multisector – a conferência “Fundos Europeus: o Minho e a Galiza” realizou-se no dia 18 de outubro com a presença dos principais stakeholders nacionais. Neste evento de destaque para o Minho, o ministro do Planeamento Nelson de Souza adiantou que, depois do Portugal 2020 ter dirigido sete mil milhões às empresas, o Portugal 2030 vai destinar 6,7 mil milhões e o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) outros 5,5 mil milhões.

A Multisector destaca ainda do discurso de Nelson de Souza que as verbas acumuladas dos dois programas que aí vêm – de 12,26 mil milhões de euros – perfazem um acréscimo de 75% face ao que as empresas receberam no Portugal 2020.

No mesmo painel, também interveio o eurodeputado originário do distrito de Braga, José Manuel Fernandes, que defendeu a necessidade de os fundos serem utilizados para recapitalizar as Pequenas e Médias Empresas (PME) que sejam “viáveis”, mas que tenham tido dificuldades durante a pandemia.

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Mas a palavra de ordem veio do Presidente da República. Na sua intervenção marcante no arranque da conferência, Marcelo Rebelo de Sousa deixou bem claro que os fundos do PRR e Portugal 2030 são “irrepetíveis” e que Portugal tem “pouco tempo para os utilizar” e uma vez que não sejam utilizados estarão “perdidos“. A Mensagem foi clara: “o país tem de ter uma estratégia planeada“, frisou o PR.

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Já pensou onde quer estar (e a sua empresa) em 2025? Então não espere pela abertura dos avisos. Planeie já atempadamente os seus projetos connosco. Prevê-se a abertura dos primeiros avisos já no início de 2022, o que faz que a sua execução prevista atravesse 2023 e 2024.

 

João Carlos Soares
Estratégia & Desenvolvimento

IDEIAS DE COOPETIÇÃO E QUALIFICAÇÃO

COOPQALL

THINK TANK COOPQALL
O COOPQALL – Coopetição e Qualificação do interior do Vale do Lima é um projeto de copromoção entre a ACIAB – Associação Comercial e Industrial de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca e AEPL – Associação Empresarial de Ponte de Lima que tem como objetivo apoiar a qualificação conjunta do tecido empresarial do interior do Vale do Lima, através da valorização da oferta gastronómica, turística e cultural.

O projeto segue uma abordagem multinível com um plano de ação ambicioso e inovador que providenciará ferramentas, informação e orientação estratégica às empresas para compreender, adotar e lançar medidas de cooperação, ofertas integradas e novos modelos de negócio em coopetição.

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Neste sentido, a Multisector enquanto parceira do projeto, dinamizou os dois primeiros ThinkTanks, no passado dia 26 de Outubro na Casa Clara Penha em Ponte Lima e no dia 27 nas instalações da ACIAB em Ponte da Barca. Estiveram presentes em ambos os eventos, vários empresários do ramo de atividades da restauração, produção e comercialização de vinhos, produtores alimentares e do turismo.

Esta ação teve como principais objetivos:

1.
Averiguar quais as formas e iniciativas de cooperação e coopetição que os participantes realizam no negócio, e qual o impacto que proporcionam;

2.
Identificar e avaliar o potencial de novas de parcerias de cooperação e coopetição na região de modo a proporcionar ao mercado uma oferta integrada e diferenciada;

3.
Levantamento das necessidades dos empresários para uma melhor e eficaz implementação dessas novas parcerias.

COOP

O principal resultado foi a reflexão conjunta entre os vários empresários que oferecem produtos complementares, gastronomia, vinhos, produtos alimentares e atividades turísticas, que identificaram um conjunto de vantagens e iniciativas que podem e devem ser implementadas para potenciar a coopetição e qualificação.

Estes foram os dois primeiros Think Tank de um conjunto de cinco a realizar com as empresas de atividades económicas relacionadas com a oferta gastronómica, turística e cultural das regiões promotoras do projeto. Se a sua empresa se localiza em Ponte de Lima, Arcos de Valdevez ou Ponta da Barca e tem curiosidade em saber mais sobre o COOPQALL entre em contacto com a Multisector, ou com as associações empresariais promotoras do projeto.

Bruna Parente
Estratégia & Desenvolvimento

TURISMO – APOIOS A FUNDO PERDIDO PARA MICROEMPRESAS E PME

Programa ADAPTAR Turismo
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Foram disponibilizados 5 milhões de euros para apoiar a recuperação da atividade empresarial do turismo (micro, pequenas e médias empresas, com CAE Turismo), através de adaptação e de investimento nos seus estabelecimentos que permitam ajustar os métodos de organização do trabalho e de relacionamento com clientes e fornecedores ao contexto pós-COVID-19.

O programa ADAPTAR TURISMO tem como despesas elegíveis:
  • Custos com a requalificação, modernização e ampliação dos espaços existentes, incluindo obras de adaptação, que permitam responder a necessidades decorrentes da pandemia de COVID-19;
  • Aquisição e instalação de dispositivos de pagamento automático, incluindo sistemas de self-check-in e self-check-out, preferencialmente os que utilizem tecnologia contactless;
  • Custos iniciais associados à domiciliação de aplicações/softwares relevantes para o contexto subsequente à pandemia de COVID-19, incluindo:
    • o investimento em hardware que se afigure necessário para o efeito;
    • adesão inicial a plataformas de comércio eletrónico;
    • subscrição inicial de aplicações em regimes de software as a service para interação com clientes e fornecedores;
    • criação de website/loja online/app justificada pelo contexto atual, bem como a criação e publicação inicial de novos conteúdos eletrónicos e a inclusão ou catalogação em diretórios ou motores de busca;
  • Aquisição de serviços de consultoria especializada para a adaptação do modelo de negócio aos novos desafios do contexto subsequente à pandemia de COVID-19, bem como para a requalificação, modernização e ampliação das instalações que daí resultar, desde que associados, no contexto da candidatura, à realização dos investimentos atrás descritos;

Despesas com a intervenção de contabilistas certificados ou revisores oficiais de contas, na validação da despesa dos pedidos de pagamento, até ao valor de 15 % do valor do investimento e com o limite de €2.500.

Financiamento
  • Incentivo não reembolsável
  • 75% sobre as despesas elegíveis, até ao limite de 15.000 euros
  • 85% sobre as despesas elegíveis, até ao limite de 20.000 euros (atividade principal inserida nas CAE 56302, 56304, 56305, 93210 e 93294, e que tenham estado encerradas administrativamente em virtude da situação pandémica)
  • Apenas uma candidatura por beneficiário
Condições de elegibilidade
  • Despesa elegível de no mínimo €2.500
  • Não ter iniciado o investimento à data de apresentação da candidatura
  • Prazo máximo de execução de 12 meses a contar da data de notificação da decisão favorável (prevista 10 dias úteis após a data de apresentação), tendo como data limite 31 de dezembro de 2022
  • Estar em conformidade com as disposições legais e regulamentares que lhes forem aplicáveis

Não se atrase. As candidaturas estão abertas em contínuo até ao esgotamento da dotação prevista. Para verificar os seus critérios de elegibilidade e mais informações contacte-nos!

LIKE OU DISLIKE: EIS A QUESTÃO

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Para os mais abstraídos das redes sociais, foi mais uma segunda-feira normal, mas para os utilizadores leais das redes sociais Facebook, Messenger, WhatsApp e Instagram, o dia 4 de outubro de 2021 foi caótico. As plataformas sofreram uma falha colossal a nível mundial, que durou mais de 6 horas, 2 anos depois da última interrupção mais significativa do Facebook, que decorreu quando um erro técnico afetou os seus websites por mais de 24 horas – um lembrete de que um erro, por pequeno que seja, pode afetar e paralisar até mesmo as empresas mais poderosas. Desta vez, segundo o vice-presidente de infraestrutura do Facebook, Santosh Janardhan, esta foi a causa do problema:

“As nossas equipas de engenharia descobriram que as alterações de configuração nos backbone routers que coordenam o tráfego de rede entre os nossos centros de dados causaram problemas que interromperam esta comunicação. Esta interrupção do tráfego de rede teve um efeito de cascata na forma como os nossos centros de dados comunicam, pondo fim aos nossos serviços.”

A conexão de backbone da empresa entre os data centers foi desligada durante a manutenção de rotina, o que fez com que os servidores DNS ficassem offline. Esses dois fatores combinados tornaram o problema mais difícil de corrigir e ajudam a explicar por que os serviços ficaram offline por tanto tempo. Por outras palavras, os próprios técnicos da empresa “fecharam o carro com as chaves lá dentro”.

Esta interrupção surge após um período bastante conturbado para o Facebook, que tem sido alvo de críticas severas após uma ex-gerente de produto da empresa, Frances Haugen, ter distribuído a cache de páginas de pesquisas internas para os meios de comunicação, legisladores e reguladores, dando relevância ao facto de o Facebook ter conhecimento do impacto das suas redes sociais no desenvolvimento cognitivo dos jovens utilizadores. Esta afirma que os documentos partilhados – publicados pelo Wall Street Journal – provam que o Facebook priorizou repetidamente o “crescimento em detrimento da segurança e bem-estar” dos utilizadores. Para além da entrevista impactante no programa “60 minutes”, a mesma testemunhou perante uma audiência com o Senado como o Facebook usa incorretamente os dados dos mais jovens e outros utilizadores.

Por outro lado, notícias sobre o nível de privacidade e segurança dos dados são os temas escandalosos que mais frequentemente alcançam as capas dos jornais. Recentemente, uma empresa de pesquisa chamada ‘Privacy Affairs’ revelou que os dados de 1,5 bilhões de utilizadores do Facebook foram encontrados à venda num fórum de hackers. De acordo com o relatório da empresa de pesquisa, nomes, endereços de e-mail, locais, géneros, números de telefone e informações de ID de utilizadores do Facebook foram encontrados no fórum. Não nos podemos também esquecer do escândalo em 2018, quando foi revelado que a Cambridge Analytics coletou e utilizou dados para influenciar a opinião de eleitores em vários países, incluindo dados de mais de 87 milhões de utilizadores, 70 milhões só dos EUA. Alegadamente, a campanha presidencial de Donald Trump, em 2016, usou os dados coletados para construir perfis psicográficos, determinando os traços de personalidade dos utilizadores com base na sua atividade no Facebook, recorrendo a técnicas de microdirecionamento. Deste modo, segundo os especialistas, isto permitiu exibir mensagens personalizadas sobre Trump para diferentes eleitores dos EUA em várias plataformas digitais.

Neste seguimento, a Sr.ª Haugen não foi a primeira ex-funcionária a denunciar a empresa: em abril de 2021, Sophie Zhang, ex-DataScientist publicou um memorando repleto de exemplos concretos de chefes de governo e partidos políticos no Azerbaijão e em Honduras que utilizaram contas falsas para influenciar a opinião pública. Em países como Índia, Ucrânia, Espanha, Brasil, Bolívia e Equador, a ex-DataScientist encontrou evidências de campanhas coordenadas de vários tamanhos para impulsionar ou impedir candidatos ou resultados políticos, embora nem sempre determinasse quem estava por trás deles. O memorando é um relato condenatório das falhas do Facebook; é a história do Facebook a abdicar da responsabilidade por atividades malignas praticadas através da sua plataforma que podem afetar o destino político de nações dentro e fora dos EUA.

Enfim…

Existe ao dispor de qualquer interessado uma enorme quantidade de notícias, denúncias e escândalos que implicam o Facebook, Instagram e WhatsApp, mas é também de conhecimento público que os escândalos relacionados com estas plataformas tendem a esquentar muito antes de esfriar rapidamente. Durante um curto período existe uma revolta a nível global, com utilizadores a apoiar movimentos como #DeleteFacebook e outros que exigem a desmonopolização destas plataformas, mas, no final, tudo volta ao normal e estes tumultos não passam de tempestades efémeras.

Em suma, a brusquidão desta falha massiva do Facebook, Messenger, Instagram e WhatsApp destaca o nível impressionante de precariedade que estrutura a nossa economia de trabalho e o mundo social cada vez mais mediados digitalmente.

Catarina Ribeiro
Investigação e Desenvolvimento