A água é um dos principais elementos chave na maioria dos pavilhões. Entre cascatas inteligentes, espelhos d’ água, chafarizes e mais cascatas artificiais são muitas as oportunidades para reflectir sobre o desperdício deste bem essencial que nos ajudou a manter mais frescos num dia quente típico da região.
Pelas avenidas do recinto cruzamo-nos com uma das atrações, os robôs de aspecto futurista que deambulam pelo recinto sem um propósito muito claro para o visitante.
A arquitetura dos pavilhões parece ser um dos pontos fortes da exposição, desde os mais coloridos aos mais enigmáticos, são muitos os pavilhões que convidam a mais uma foto. Já o conteúdo dos mesmos nem sempre nos deixou inspirados. O tema recorrente da sustentabilidade poucas vezes nos deu a conhecer de que forma este tema era levado a sério pelo país em questão. A repetida aposta em fechar um grupo de pessoas de pé numa sala para assistir a uma projecção pareceu-me ser ultrapassada e desligada da atual sociedade, rapidamente a atenção do visitante se desloca para a boa qualidade do Wi-Fi que permite utilizar o browser dos telemóveis em qualquer ponto do recinto.
O pavilhão de Portugal não foge a esta fórmula, mas moderado na apresentação de um mundo dentro de um país. Com linhas retas contrasta com as formas curvilíneas dos pavilhões mais exuberantes, discreto mas dentro dos pavilhões com maior destaque, remete invariavelmente para o tema dos oceanos ao se inspirar numa interpretação de uma caravela. Destaca-se a grande parede de projecção que, de forma inteligente, comunica continuamente com o visitante que está no exterior.
São muitos os pavilhões que convidam a uma visita e pouco o tempo disponível num só dia para os visitar a todos, mas a fluidez das entradas na maioria dos pavilhões permite dar a volta ao mundo em poucas horas.
O recinto é um espaço organizado, limpo e agradável, mas não isento de algumas falhas. O ambiente multicultural não diverge muito do que se pode encontrar nas zonas mais visitadas do Dubai, desde as omnipresente túnicas monocromáticas da população local, passando pelos estilos mais coloridos das nações banhada pelo índico até às vulgares roupas ocidentais.
Se há algo que não deixa dúvidas é que os EAU querem mostrar que são capazes de organizar um evento desta dimensão.
As várias avenidas que ligam os pavilhões são agradáveis e provas de um bom gosto particular, as formas, as cores e as luzes do recinto remetem para um imaginário particular e mesmo a vegetação nos faz esquecer que estamos no deserto.
Talvez não tenha estado tempo suficiente no evento para me sentir conectado com outras mentes como é mote da exposição, mas a exposição tem muito para oferecer haja tempo e oportunidade para a visitar.
Pedro Reis
Consultor de I&D