Se pensarmos nas vantagens de gerir uma PME, podemos destacar a habilidade inata de adotar mudanças e tecnologias de uma forma muito mais simples, mantendo sempre o foco em obter os melhores resultados e melhor retorno dos seus investimentos.
Segundo o estudo da IDC Introbrief sobre os próximos passos da transformação digital, até 87% das PME pesquisadas indicaram que as suas expectativas relativamente aos investimentos em tecnologia foram cumpridas ou mesmo excedidas.
O que realmente se destacou neste estudo é que quando se trata de PMEs, estas estão mais interessadas em fazer investimentos mais pequenos e focados que lhes permitam responder a necessidades imediatas e com resultados a curto prazo:
• 47,6% das PME concentram o seu investimento na maior necessidade da empresa;
• 35,3% escolhem tecnologias que sejam mais fáceis e/ou rápidas de implementar;
• 27,9% tomam as suas decisões influenciadas por exigências de clientes ou parceiros.
As restrições financeiras e de recursos são algo que as PME enfrentam todos os dias, e que não lhes permite investir em pacotes de serviços e tecnologias completos como resposta à verdadeira estratégia de longo prazo da empresa. Em vez disso, as empresas tendem a investir em ações mais táticas de curto prazo como forma de responder de forma direcionada a necessidades do dia-a-dia.
As PME não estão a ver a floresta além das árvores. A transformação digital não é uma moda, vem para ficar e está a modificar mercados de forma rápida e caótica. Muitas empresas pensam que investir já em serviços de digitalização e transformação do seu negócio é ser pioneiro.
No estudo português da COTEC, intitulado de “Destino: Crescimento e Inovação”, as PME com investimentos mais acertados em inovação e tecnologia têm desempenhos económico-financeiros superiores aos das restantes. O documento mostra, por exemplo, que o volume de negócios das PME mais inovadoras é 3,7 vezes superior e que o lucro é 7,8 vezes superior ao das restantes.
Portugal está abraçar a transformação digital e com as medidas lançadas no início do ano (Indústria 4.0) para apoiar as empresas neste sentido, é expectável que em 2 anos o tecido empresarial português tenha tido um impulso considerável no domínio das novas tecnologias e quem ainda não as adaptou terá ficado para trás.
Também a Microsoft identificou que a chave para as PME aproveitarem o melhor desta revolução, para colherem também os melhores resultados, é acompanharem as 4 principais tendências que estão a impulsionar essa transformação dos negócios:
1. As empresas e pessoas já não querem trabalhar da mesma maneira;
2. As expectativas dos seus clientes já não são as mesmas;
3. A tecnologia pode trabalhar por si;
4. O uso de indicadores e dados eliminam os riscos inerentes à gestão de uma empresa.
Mas, ainda no estudo da IDC, é encorajador ver que 41% das empresas estão a aprender com as implementações já realizadas e a sentir os resultados das mesmas, tento já iniciado o planeamentos de futuros investimentos e implementações. Mais especificamente, 27% das PME estão a perceber o valor ganho em envolver os serviços de terceiros, nomeadamente consultoria especializada, com mais frequência nas decisões, ações e necessidades das suas empresas.
JOÃO C. SOARES
Estratégia & Desenvolvimento