TECNOLOGIA INCLUSIVA: UMA OPORTUNIDADE E UM DESAFIO

27 Agosto 2019

TECNOLOGIA INCLUSIVA: UMA OPORTUNIDADE E UM DESAFIO

Atualmente, as sociedades dos países desenvolvidos lutam pela existência de políticas de igualdade para as minorias, e os governos em resposta às exigências da sociedade têm aprovado regulamentação nesse sentido.

 

Na era tecnológica em que vivemos, e com o foco para a digitalização das sociedades, a pergunta que impõe-se é:

PODERÁ A TECNOLOGIA CRIAR IGUALDADES PARA AS MINORIAS?

tecnologia-inclusiva

No caso da comunidade surda, que representa mais de 5% da população mundial, onde 80% vive em países desenvolvidos, tem vindo a conquistar em termos legislativos proteção ao nível da educação e no acesso ao mercado de trabalho, bem como nos aspetos relacionados com a discriminação, conquistas conseguidas pelo árduo trabalho das associações não-governamentais.

 

Contudo, a legislação por si só não faz com que o sistema funcione, existem uma série de variáveis necessárias a desenvolver e que constituem uma oportunidade de negócio para as empresas tecnológicas.

A língua gestual não é universal, cada país tem a sua própria língua, e em alguns casos os diversos regionalismos. Como em qualquer tipo de língua existem analfabetos, mas também os analfabetos funcionais (a incapacidade de interpretar um texto, um discurso, …), consequentemente, a existência desta realidade traduz-se na dificuldade de resolver assuntos de cariz mais específico, por exemplo, assuntos relacionados com a relação destes com temáticas de cariz mais técnico ou burocrático: Serviços financeiros, Estado ou mesmo Cuidados de Saúde.

 

Estas dificuldades podem ser ultrapassadas pelo uso de aplicações tecnológicas, atualmente, já existem serviços de vídeo-interpretação, um serviço de retransmissão em que o individuo com surdez comunica por meio de um vídeo intérprete com um destinatário ouvinte. Por exemplo, os Estados Unidos da América aprovaram através da Comissão Federal de Comunicações este sistema como a infraestrutura de telecomunicação padrão para a comunidade surda.

Apesar da existência e do próprio reconhecimento dos governos da importância das tecnologias para a comunicação da população surda, as oportunidades de negócio nesta área têm potencial. Na medida que é necessário desenvolver tecnologias que garantem a independência face a terceiros, a criação de conteúdos nas diferentes línguas gestuais, e numa abordagem simples para toda a comunidade surda.

 

Espera-se que com o desenvolvimento tecnológico, surjam soluções que permitem garantir a efetiva igualdade de direitos para as minorias, e que os próprios governos e instituições empresariais reconheçam o potencial social e económico das tecnologias inclusivas.

 

Bruna Parente
Estratégia & Desenvolvimento